Aquilo que se lê nas entrelinhas nem sempre é o que vai determinar preponderantemente uma ação completa,ou seja,uma atitude que vai direto ao ponto em que se precisa ir.
As entrelinhas são camufladas,e envoltas em um mistério mais aterrorizante do que aparentemente possa aparecer na superfície,pois tecem suas teias no profundo irrevelável das palavras não expressadas verbalmente,com o teor insólito daquilo que é o mais latente em nós...Dentro de nossa alma,as entrelinhas podem abrigar longos,intermináveis e maçantes diálogos feitos por nós,com frases e mais frases explicadas de nós para nós mesmos,em monólogos nos quais nos tornamos imunes a qualquer depreciação,ou crítica alheia que possa sintetizar os sentimentos e assim nos destruir (sem a interferência de outra pessoa podemos ser nós mesmos...será mesmo verdade?).
Quem não teme os prós e contras do outro? Pois aí está o escape oculto das entrelinhas: elas são um acessório indispensável para os argumentadores dos pretextos,conjecturas e objeções de quem se vê pressionado a ser verdadeiro consigo mesmo...
Para todo aquele a quem soar estranha a palavra "espontâneo",está a mão o uso das metáforas,dos eufemismos,analogias e afins...Dá para lançar mão de figuras de linguagem para fazer mais sentido,quando qualquer coisa que se diga parece não fazer sentido algum,entremear com paralelos,conjunções adversativas,somatizar e fazer uso irrestrito da diplomacia da escrita,que garante o êxito do intelecto(apesar de que muitas das vezes as palavras podem mais confundir do que nos esclarecer).
Retórica,retórica,retórica...Dizem que o segredo dela é sua repetição...
As entrelinhas,amigas inseparáveis das linhas oblíquas e semi-retas,nos dispõem suas alternativas quase que perfeitas...
Não fosse o princípio primeiro a latejar em nosso pensamento:que devemos nos utilizar de subterfúgios apenas e tão somente quando não há mais nada,absolutamente nada a ser feito.
3 comentários:
As entrelinhas, o que querem nos dizer? elas por si, só dizem o que queremos e o que pensamos e, quem nos ouve ou nos lê subentende o que expressamos...as entrelinhas servem para os corajosos ou para os sem coragem?
Eu digo que para ambos, pois, para os sem coragem de completar frases audaciosas deixam que o outro em seu íntimo a complete! E os corajosos as usam sem ponderação, pois sabem que o mistério das entrelinhas é mais sutil, mais intrigante, mais desejoso, mais contemporâneo e sem hesitar as usam deliberadamente!!
As entrelinhas são mais que duas paralelas, pois as paralelas nunca, jamais se encontrarão e as entrelinhas...ah, dependendo do que o texto sugere acerta bem no alvo...nem paralelas, nem hipérboles, nem matrizes nem determinantes, nem preposições matemáticas, nem toda a lógica consegue ser tão única e verdadeira como o que se quer dizer nas entrelinhas...pois a matemática vai ter sempre mais de uma resposta ou meio de fazer tal problema...e as entrelinhas te sugerem, te conduzem a uma só resposta!
Quem abrirá mão de tal subterfúgio? Quando se tem tanto a dizer e as palavras estão quase que engasgadas no íntimo? Quem recusaria a imaginar o que há lá? As entrelinhas nos fascinam pelo seu poder de sedução, a resposta que tanto queremos e também queremos dar está ali nas entrelinhas... mas somos impedidos talvez pelas interpéres da vida!!
As entrelinhas,amada irmã,como eu já havia dito,são mecanismos dos quais lançam mão os mais hábeis,os articuladores,os que são como que experts da comunicação pessoal;nem por isso,aquilo que dizem usando toda uma argumentação plausível para os seus próprios pretextos será verbalmente,e também cabalmente,uma verdade absoluta.
As entrelinhas necessitariam ser utilizadas somente com muita convicção do que se diz,pois,ao lançar mão delas,podemos estar dando um fim a algo que gostaríamos que tivesse até iniciado..
As entrelinhas,se não prestamos atenção,poderão ser o estopim que faltava para um diálogo que termina,sem ao menos ter começado.
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