Tamanha audácia e coragem
De permitir-se réu confesso...?
De inconformar-se e tomar para si
O que os "Tão perfeitos quanto
A perfeição exige
Definham-se a esconder e não declaram?
Quem poderá abrogar-se,
Se não puder,de si mesmo,abster-se?
Quem poderá licenciar a própria alma
Ou fazer lícita a sua vontade?
Quem restringir-se-á a si mesmo como um
Verdugo,ou então nobre senhor...
Para só depois de tudo perceber-se
Apenas mísero cúmplice de si mesmo
Como a sombra,que,projetada na parede à frente
É a amiga mais íntima
Da própria imagem,sem,na verdade,o ser?
Quem principiará declararar-se efeito e causa
Sabendo os motivos de seu ato involuntário,
Mas nem por isso inequívoco?
Quem concordará em deixar transparecer
O Que é de todos ignorado?
Aceitando,conformado,a afronta
De um confronto real mas necessário
Do espelho,que é como um punhal,frente a seu rosto?
Quem refletirá seus sentimentos diante
De tão absoluta e inexorável verdade?
... Aos olhos do coração serão entregues todos os privilégios
Daquilo que era talvez incógnita e por demais oculto
Os olhos:ei-la,descoberta a expectativa das respostas
Das divagações e interrogações intermináveis do coração humano...
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