As roupas guardadas em um armário
são como as palavras encobertas
aos olhos de quem ainda não as viu,
deixou de percebê-las ou de observá-las,
quando escritas no papel.
As frases que não foram ditas
são também como gavetas bem fechadas,
sem que as chaves,
devidamente guardadas por seu dono,
possam abrí-las aos demais.
Muitas das expressões que não vem à tona
em momentos que,seria preciso,viessem
ficam como que escondidas,
absortas em um mundo interior
ou em algum espaço oculto.
Não seria necessário alterar as emoções,
concluindo,erradamente,
que o pior a ser falado iria ser mal interpretado,
se antes,bem cedo no pensamento,
fossem esclarecidos todos os diálogos...
Sem que se desse razão,então
aos motivos inócuos
de sempre buscar a saída nos mesmos velhos pretextos,
que são,também,
parceiros mais do que íntimos
de nossos velhos e intermináveis monólogos.
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